Você já parou para pensar em suas necessidades para melhorar sua situação financeira? E em quanto, às vezes, nós investimos nosso dinheiro em coisas que são relacionadas a ser alguém diferente e ao desejo de ter outra vida? Tudo isso sem relacionar aquela compra ao que nós temos e somos de verdade. E, então, nosso dinheiro é usado em algo que não será útil e, até mesmo, nem vai trazer satisfação pessoal.

Como saber minhas necessidades?

Eu vou utilizar um exemplo bem simples para mostrar que nem sempre o que achamos ser nossas necessidades, de fato, é. O desejo está associado ao status em muitas ocasiões, ao que queremos ser e a que os outros devem enxergar em nós.

Por exemplo: vamos supor que você precisa de um automóvel. Qual é a necessidade de você ter um carro agora?

Se você realmente precisa dele, em geral, se você pensar, nós nem precisaríamos dele. Temos a necessidade de ir e vir, mas não é só o carro que resolve isso. Mesmo assim, em determinadas situações, um automóvel esteja em suas necessidades. Mas o que vai determinar qual tipo de automóvel você vai ter?

Caso você partir das suas necessidades, você poderia ter um carro popular. Ele é mais barato, vai resolver seu problema de andar para todos os lados sem exigir muito dinheiro para isso.

Mas por que nós temos tantos outros automóveis com preços absurdos? Por que ter um carro de altíssimo padrão, que vai fazer a mesma coisa que um popular? O que faz a diferença? Por que se endividar tanto para ter um carro mais caro, mais bonito?

Status! A palavra correta é gerar um status diferente para a pessoa. A diferença entre escolher um carro popular ou um automóvel de alto padrão tem a ver com o status que você procura por meio daquela compra. Você quer todo o sentimento que esse carro vai te dar. Por isso investe nele, inclusive, às vezes, um dinheiro que nem tem. Só para agradar pessoas que talvez você nem conheça.

Qual a necessidade de ter algo?

Controlar finanças é isso: definir qual a importância de comprar algo e saber se aquilo está entre suas necessidades. Se você não se encaixa no exemplo do carro, tente leva-lo para sua vida. Como, por exemplo, com os celulares.

Esses aparelhos estão cada vez mais caros e nós sempre queremos os mais avançados, mais tecnológicos e mais novos. Por conta dos impostos, os valores são elevados. Então, acabamos parcelando o valor, porque não queremos um aparelho que faça apenas ligação. Mas, também, que acesse a internet, redes sociais, que permita instalar jogos, entre outros.

Então, a função básica dele já não atende suas necessidades. Ela, inclusive, acaba sendo deixada para trás e nem é julgada tão importante. Claro, se você usa todas essas funções, é uma situação. Mas quantas vezes as pessoas compram um aparelho só por terem um smarthphone específico? Quantas vezes as pessoas entram em dívidas para ter o status que aquele aparelho oferece?

Se você não entende isso na sua vida, de rever suas necessidades, talvez nunca consiga realmente resolver seus problemas financeiros. Nossos desejos são infinitos, nossas necessidades, não. Elas são básicas e, uma vez supridas, teoricamente, nós não precisamos de outras coisas para acrescentar nessa situação.

Já o desejo é infinito porque ele está associado ao status do que você quer ser, de quem você parece ser. Não só ser, mas parecer aquilo.

É importante fazer essa reflexão para entender o quanto estamos realmente gastando por status e não por necessidade. É assim que conseguimos sanar nossas contas. Quando entendemos isso, acabamos usando nosso dinheiro de forma mais responsável e deixando de buscar algo o tempo todo. Na verdade, passamos a aproveitar mais o que já temos.